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PRISÕES P/ MENORES E QUANTO CUSTA CADA INTERNO
PRISÕES P/ MENORES E QUANTO CUSTA CADA INTERNO


Infrator custa R$ 7 mil/mês ao Estado

Governo estadual gasta R$ 316 por mês com cada aluno, 22 vezes menos do que com menor infrator

24/11/2013 - 21:00

Jornal A Cidade                  -                


Em cinco meses recém- completados na Fundação Casa de Ribeirão Preto, Guilherme diz ter recebido mais atenção do Poder Público do que em seus 17 anos de vida. Internado após uma série de roubos à mão armada - e sem completar, sequer, o Ensino Fundamental - ele agora voltou a estudar e deve sair com diploma na área de informática.

Por mês, o Estado gasta R$ 7,1 mil com a recuperação de Guilherme – valor aplicado também em cada um dos outros 9,4 mil internos das 148 unidades da Fundação em São Paulo.  Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 97% dos ribeirão-pretanos em idade produtiva recebiam salários menores do que essa quantia em 2010.

“Não há dúvidas de que o valor é elevadíssimo”, afirma Júlio Manuel Pires, professor da USP e especialista em economia e políticas públicas. Ele, entretanto, faz a ressalva. “É um custo necessário para esses jovens, mas proporcionalmente muito maior do que o investido em prevenção”, alerta.

Somando as três unidades da Fundação Casa, Ribeirão Preto possui atualmente 359 jovens internados. Em um ano, o Estado gasta com eles R$ 30,5 milhões – praticamente o mesmo da soma dos orçamentos previstos para as secretarias municipais de Cultura (R$ 22 milhões) e Esportes (R$ 11 milhões).

A discrepância persiste no Estado. O governo de São Paulo, responsável por custear a Fundação, reservou R$ 1,1 bilhão para todas as unidades, dez vezes mais do previsto para a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

Especialistas ouvidos pelo A Cidade foram unânimes em afirmar que não se deve diminuir os investimentos na Fundação Casa, mas aumentar as verbas para políticas preventivas, principalmente educação.

Segundo o Ministério da Educação, o investimento no setor no Estado de São Paulo é de R$ 316 por aluno mensalmente, ou seja, 22 vezes menor do que o custeio de uma internação na Fundação. “Fecha-se os olhos para tentar recuperar os potenciais criminosos já nas escolas e, com isso, a repressão se torna muito maior do que a prevenção”, diz o promotor de Infância e Juventude de Ribeirão Preto, Carlos Alberto Goulart Ferreira, ressaltando que a reincidência no crime desses jovens é grande.